Aqui vai uma edição deste estudo da UFMG de Microbiologia. |
O Staphylococcus aureus é a causa mais comum de infecções cutâneas e provoca uma intensa resposta inflamatória. O S. aureus produz uma enzima denominada coagulase, além de várias toxinas. A coagulase pode causar a formação de uma camada de fibrina ao redor de um abscesso estafilocócico localizando assim a infecção e protegendo os microrganismos da fagocitose. O S. aureus causa infecções cutâneas como, furúnculos ou abscessos, bem como sérias infecções em feridas pós-operatórias. A infecção pode ser adquirida através de uma auto-inoculação a partir de um sítio-depósito (por ex. nariz) ou ser adquirida pelo contato com uma fonte exógena, geralmente outra pessoa. Para causar infecção em um indivíduo, cerca de 105 organismos é necessária, na ausência de ferida ou corpo estranho.
Staphylococcus aureus (produtor de coagulase)
O Staphylococcus aureus também pode causar doenças graves:
1. Pela produção de toxinas: síndrome da pele escaldada, síndrome do choque térmico e intoxicação alimentar;
2. Infecções cutâneas: impetigo, foliculite, furúnculos, carbúnculos, infecções de feridas;
3. Outras: bacteremia, endocardite, pneumonia, osteomielite e artrite séptica.
Staphylococcus aureus (coagulase negativa)
O Staphylococcus aureus coagulase negativa também pode causar doenças como infecções oportunistas (bacteremia, endocardite, infecções em pacientes cateterizados, infecções de próteses articulares e infecções das vias urinárias.
Staphylococcus epidermidis
O Staphylococcus epidermidis pode causar infecção de válvulas cardíacas ou próteses valvulares. Cerca de 20 a 65% de todas as infecções de próteses, catéteres e derivações são causadas por estafilococos coagulase-negativos.
O isolamento de Staphylococcus aureus e S. epidermidis de algumas capas permite concluir que essas bactérias podem ser transmitidas de um indivíduo para outro através desse material no salões de beleza.
Pitiríase versicolor ("Micose de Praia")
Também vulgarmente conhecida como "micose de praia ou de piscina" ou "pano branco", a pitiríase versicolor é uma micose mas, ao contrário do que se pensa, não é adquirida na praia ou piscina. A pitiríase versicolor, embora seja considerada uma infecção de origem endógena, porque muitos indivíduos podem ser portadores do fungo no couro cabeludo, ela pode ser transmitida de um indivíduo para outro através de contato direto ou também através de fômites, isto é, roupas de cama, vestuário, pentes, escovas, tesouras, etc. O fungo causador dessa micose, pertencente ao gênero Malassezia pode fazer parte da microbiota normal das pessoas e, em algumas delas, é capaz de se desenvolver causando a infecção. As áreas da pele mais oleosas como o couro cabeludo, a face e a porção superior do tronco são as mais frequentemente atingidas.
Manifestações clínicas: Quando uma pessoa com a micose se expõe ao sol, a pele contaminada não se bronzeia. A doença então aparece na forma de manchas hipocrômicas (claras) em confete, que, com o tempo, tendem a se confluir. A pele ao redor fica bronzeada e a pessoa acha que pegou a doença na praia ou piscina. Entretanto, o sol apenas mostrou aonde estava a micose. O fungo libera um produto na pele do paciente que impede a passagem dos raios ultra-violeta e, dessa maneira, não se forma a melanina no local da infecção. Em alguns casos, as manchas podem ser castanhas ou avermelhadas. As lesões são descamativas e não causam prurido. A infecção chama a atenção pelo chamado "efeito cosmético". As escamas da pele ficam aderidas ao vestuário, roupas de cama, escovas e pentes do indivíduo portador do agente. A pitiríase versicolor, embora seja considerada uma infecção de origem endógena, porque muitos indivíduos podem ser portadores do fungo no couro cabeludo, ela pode ser transmitida de um indivíduo para outro através de contato direto ou também através de fômites, isto é, material que contém as escamas, conforme já citado. O agente da pitiríase versicolor é um fungo que pertence ao gênero Malassezia e diversas espécies podem estar envolvidas na infecção como a Malassezia furfur e a M. pachydermatis.O isolamento de Malassezia pachydermatis de uma capa de um dos salões de beleza permite concluir que a pitiríase versicolor pode ser transmitida de um indivíduo para outro através desse material utilizados em salões de beleza. Por outro lado, a pitiríase é uma infecção que apresenta um carácter recidivante e muitas vezes a conduta terapêutica tem que ser repetida várias vezes.
Fonte:Profa. Maria Aparecida de Resende
Depto. Microbiologia
Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais
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